Esofagomiotomia – Correção de Megaesôfago
(Dilatação Esofágica)
Por que realizar?
Megaesôfago é a dilatação do esôfago provocada por uma obstrução benigna ao nível da transição entre o esôfago e o estômago. Esta obstrução, geralmente, é causada pela doença de chagas, mas, não raro, pode surgir sem causa conhecida. Ela se manifesta através de uma contração de um pequeno segmento da musculatura transversal do esôfago terminal junto ao cárdia – transição entre o esôfago e estômago.
Pode causar, inicialmente, uma pequena dilatação do esôfago, mas, ao longo dos anos, a dilatação pode aumentar consideravelmente. Isso deverá causar dificuldades progressivas para o paciente engolir alimentos – as dificuldades iniciais com os sólidos podem abranger, posteriormente, os alimentos pastosos, e até mesmo a obstrução de qualquer líquido. Resulta, muitas vezes, no refluxo de qualquer alimento ingerido, e poderá levar a um considerável emagrecimento ou mesmo à desnutrição.
Anatomia do esôfago
Sobre a Cirurgia
Indicação cirúrgica
Indicada para paciente com dificuldades progressivas para engolir, conforme descrito acima.
Alguns tratamentos incluem a dilatação do segmento envolvido por endoscopia. Porém, tal recurso, é eficaz somente por três ou quatro meses. A cirurgia é a melhor solução para este problema.
A indicação de cirurgia deve ser discutida com o médico, o qual deverá avaliar os sintomas do paciente e os tratamentos usados até o momento. São necessários vários exames: endoscopia digestiva alta, esofagomanometria e PHmetria.
Marcação da cirurgia
Geralmente, a cirurgia é marcada para o dia escolhido por cirurgião e paciente. São necessários exames laboratoriais e avaliação cardiológica pré-operatória para que a cirurgia ocorra com segurança.
Internação hospitalar
O paciente é internado uma hora antes da cirurgia marcada, em jejum, sem água, de, no mínimo, oito horas. O procedimento é realizado sob anestesia geral. A cirurgia varia de uma a duas horas, dependendo das condições locais e do tamanho do megaesôfago.
Geralmente, em 99% dos casos, pode ser realizada por videolaparoscopia. A conversão (passagem da cirurgia de videolaparoscopia para a convencional – aberta) é necessária em apenas 1% das vezes.
CIRURGIA
São feitas cinco incisões incisões: uma de 1 cm acima da cicatriz umbilical (por onde é colocada a câmera que oferece ao cirurgião, pelo monitor, uma visão com 20 vezes de aumento e iluminação potente), outra de 5 mm na altura da boca do estômago e outras tres de 5 e 10 mm logo abaixo das costelas à direita e esquerda respectivamente, por onde são colocadas pinças para dissecção. O abdômen é insuflado com gás carbônico para que o cirurgião possa enxergar dentro da cavidade abdominal.
Após a identificação do hiato esofágico e do local da área estenosada (apertada), é realizada a secção da musculatura esôfago-gástrica longitudinalmente ao longo de 10 cm. Dos 10 cm de extensão, 7 cm são ao longo do esôfago e 3 cm, da área gástrica. Isto permitirá a livre passagem do alimento ao estômago. Somente a musculatura pode ser seccionada; a mucosa do esôfago deve permanecer intacta. Esta é a parte mais demorada e delicada da cirurgia, justamente porque exige a secção de toda musculatura envolvida mais a preservação da mucosa.
A seguir, fecham-se os pilares diafragmáticos com pontos de sutura, calibrando a passagem do esôfago através do hiato diafragmático, para que o estômago não volte mais ao tórax.
Da mesma forma que liberamos a passagem do alimento ao estômago, pode haver o refluxo gastro-esofágico, o que causará uma série de sintomas ao paciente. Por isso, então, é liberado o fundo gástrico, de modo a formar uma nova válvula que impeça o refluxo gastro-esofágico. Cada vez que o alimento encher o estômago, haverá um ajuste na válvula gástrica impedindo o refluxo.
Ao final do procedimento, retira-se também o gás carbônico.