Sobre a Obesidade
Conceito
Há obesidade quando há excesso de peso. Em todos os casos, é claro, há também riscos à saúde. A obesidade mórbida, em particular, é a patologia que traz consigo doenças (ou propensão a doenças) associadas ao excesso de peso. Cerca de 15% dos brasileiros e 1/3 da população dos países desenvolvidos são obesos. Não é um problema moral, mas médico. Ele envolve causas metabólicas, hormonais, comportamentais, culturais, psicológicas, sociais e, às vezes, genéticas.
Associam-se à obesidade outras patologias, tais como hipertensão arterial sistêmica, diabetes melito, artropatias, insuficiências respiratórias e/ou cardíacas, colecistopatias litiásicas, doença do refluxo gastroesofágico, varizes e tromboses em membros inferiores, doenças coronarianas e cerebrais, infertilidade, amenorréia, incontinência urinária, impotência, hipercolesterolemia, alguns tipos de tumores e, frequentemente, alterações psicossociais.
A mortalidade aumenta, consideravelmente, quando uma pessoa apresenta 50% de peso acima do saudável: em jovens portadores de obesidade mórbida, o risco de morte pode crescer em até 12 vezes. Kral resumiu o problema quando disse que obesos mórbidos têm problemas em todos os aspectos: físicos, emocionais, econômicos e sociais. A obesidade mórbida é uma doença grave.
Estudos científicos atuais comprovam a relação da obesidade com componentes genéticos. Estima-se que o risco de obesidade é duas vezes mais frequente em famílias de obesos do que em famílias de não obesos; quanto à obesidade clinicamente severa, o risco é oito vezes maior. A genética da obesidade tem recebido especial atenção, principalmente, depois da descoberta, conforme estudos experimentais, do gene da leptina, responsável pela obesidade em camundongos. A biologia molecular evidencia que os genes também estão envolvidos na obesidade humana.
A pesquisa por genes relacionados à obesidade se baseia, em especial, nos estudos da associação ou ligação com genes candidatos funcionais ou com genes candidatos posicionais. As atualizações dos mapas genéticos da obesidade, publicados, anualmente, há uma década, indicam que a obesidade é uma doença complexa e heterogênea, influenciada por diversos genes. Contudo, a combinação dos genes envolvidos ainda não foi determinada.
Se a etiologia da obesidade é multifatorial, parece que as forças ambientais são os principais determinantes. Em especial, a incompatibilidade entre o estilo de vida e os genes. Essa é uma das explicações para o alto índice da doença dos países ricos: o estilo de vida ocidental é associado a doenças crônicas, enquanto que o modo de vida das sociedades baseadas na subsistência (dieta mais fibrosa, menos calórica e menos gordurosa) proporciona uma vida mais saudável, equilibrada e, consequentemente, menos propensa à obesidade. Portanto, ingestão de alimentos calóricos em excesso e pouca atividade física são as principais causas ambientais da obesidade.
A condição socioeconômica também tem relação com o desenvolvimento da obesidade, na medida em que educação, renda e ocupação resultam em padrões comportamentais que afetam a ingestão calórica, o gasto energético e o metabolismo. Alguns dos meios para a prevenção à obesidade são as campanhas de saúde pública, o incentivo à atividade física e, claro, a mudança na dieta, com a inclusão de frutas e vegetais.
O último ponto é crucial: as dietas baseadas em ingestão monovalente de carboidratos, líquidos ou gorduras não são efetivas. Elas costumam levar ao efeito sanfona, o frequente emagrece-engorda recorrente na pessoa obesa. Emagrecimento estável requer mudança de hábito alimentar. Quer tenha começado na infância, na adolescência ou na fase adulta, a redução bem-sucedida da obesidade mórbida por meios clínicos é invariavelmente transitória, e um novo ganho de peso constitui quase que uma regra. Talvez aí resida o sucesso da cirurgia bariátrica diante da obesidade mórbida.
O tratamento clínico da obesidade, que inclui dietas, exercícios físicos e medicações, é válido – mas com limites. Ele se mostra ineficaz em muitos casos de obesidade mórbida, isto é, naqueles indivíduos com um índice de massa corporal superior a 40. Os medicamentos básicos diminuem a absorção de gorduras; contudo, além dos maus resultados na perda ponderal de peso dos obesos mórbidos, eles costumam falhar também na manutenção do novo peso. Por isso, estabeleceu-se no Consenso Mundial sobre Tratamento da Obesidade, organizado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, em 1991, que o único tratamento realmente eficaz na perda e manutenção de peso mórbido é a cirurgia.
Diagnóstico
Não existe definição adequada para o termo obesidade mórbida. Uma das dificuldades é a avaliação dos graus de obesidade. Várias fórmulas foram tentadas para aprimorar a exatidão na medida do excesso de massa adiposa. Atualmente, o mais aceito é o conceito de Índice de Massa Corporal (IMC), no qual o peso em kg é dividido pelo quadrado da altura, chegando-se a resultados classificáveis em padrões bem aceitos pelas sociedades que tratam do assunto.
Outros critérios comumente aceitos para o diagnóstico de obesidade clinicamente severa são:
- Indivíduos com 100% acima do peso ideal
- Excesso de peso de 50 kg
- Homens com cerca de 120-130 kg ou mais
- Mulheres com cerca de 100-110 kg ou mais
Conforme Mancini, podem-se estabelecer duas alternativas diagnósticas diante da obesidade, quais sejam o diagnóstico quantitativo e o diagnóstico qualitativo.
O diagnóstico quantitativo apresenta os seguintes métodos: índice de massa corporal (IMC) – o mais utilizado -, tabelas de peso versus altura, tomografia computadorizada, ressonância magnética, somatório das metragens de pregas cutâneas, impedância bioelétrica de freqüência múltipla, condutibilidade elétrica corporal total, potássio corporal total e água duplamente marcada. Alguns desses métodos são de uso experimental.
O diagnóstico qualitativo, por sua vez, tem como recursos a medida do maior perímetro abdominal entre a última costela e a crista ilíaca, ecografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, relação cintura-quadril e absorciometria dual de raios-X.
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Após a primeira avaliação, o paciente será orientado quanto a necessidade de cirurgia e tipos de cirurgia adequados ao caso, também será encaminhado para consultas com a equipe multidisciplinar e para a realização dos exames pré-operatórios.
Dr. Luiz Alberto De Carli,
Cirurgia Bariátrica Robótica
e Videocirurgia, com uma carreira de sucesso que abrange mais de
30 anos. Reconhecido por sua inovação e competência, Dr. Luiz tem realizado cirurgias pioneiras, sempre buscando as técnicas mais avançadas para oferecer o melhor cuidado aos seus pacientes.
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